bica fria
à mesa do café. sentada há horas. o teu poema a soar nos meus ouvidos. o verso por fazer e o já escrito. vagueiam-me no ser. crescem em mim.
para a arte não há morte!
dou comigo a dizer alto mas sem espanto qualquer. sabe a consolo eu sei mas pouco mais me sobra.
o jornal não o li. café pedi-o por pedir. nunca o bebo e toda a gente sabe. toda a gente? existirá alguém além de ti?
passam lentas as horas. vejo-te por trás das pálpebras fechadas para esconder nos olhos o que sinto.
será que não me entendes? despertaste o já adormecido e agora derramo em palavras o que, se guardasse, sangraria.